APRESENTAÇAO DO LIVRO “UMA VONTADE DE MÚSICA: AS CANTIGAS DO ZECA”, de Octávio Fonseca, com Filipa Pais e José Moz
24 de fevereiro | 21h00
Local: Biblioteca Municipal de Lagos
Org.: CM Lagos
Duração: 100m
Class. etária: M12
Participação gratuita, mas sujeita ao limite da lotação da sala. Inscrições previas através do telefone 282 767 816, página de Facebook da Biblioteca ou email biblioteca@cm-lagos.pt
O presente livro, assinado por Octávio Fonseca - um dos mais conceituados estudiosos e conhecedores da obra de Zeca Afonso - descreve, através de uma aprofundada e exaustiva pesquisa, o percurso deste nome ímpar, desde o seu início, enquanto intérprete e autor de Fados de Coimbra, passando pelas diversas fases em que recriou e reinventou por completo a música popular portuguesa, quer através de baladas, de canções, ou de cantigas de intervenção.
“Uma vontade de Música - As Cantigas do Zeca” nasceu a partir de um convite, endereçado pela Universidade Popular do Porto a Octávio Fonseca, no sentido de ministrar um curso sobre a obra musical de José Afonso, curso esse que acabaria por se converter numa série de conferências realizadas em diversos pontos do país. Daí o tom coloquial empregado neste livro, de modo a torná-lo acessível a todos os admiradores de Zeca Afonso.
“Uma vontade de Música - As Cantigas do Zeca”, de acordo com as palavras do autor, não pretende, no entanto, ser um trabalho de cariz científico ou jornalístico, assumindo Octávio Fonseca a sua propositada falta de isenção, de forma a “lançar um desafio aos portugueses que não se atrevem a negar o talento de José Afonso, mas que não compreendem que têm no seu país um dos vultos maiores da música popular universal”.
De referir que o livro tem 312 páginas, capa dura e ilustrações originais de Pedro Sousa Pereira, vencedor, entre muitas outras distinções, do Prémio Gulbenkian de Ilustração. “Uma vontade de Música - As Cantigas do Zeca” é, na sua essência, uma forma de ver e ouvir a obra de José Afonso e de, consequentemente, provocar uma reflexão, com vista a descobrir as inúmeras surpresas que ela nos continua a reservar.
Nas palavras de Rui Pato, que assina o prefácio “talvez esteja aqui o José Afonso completo”. A sessão de apresentação em formato “concerto comentado”, com a participação de Filipa Pais (voz) e José Moz Carrapa (viola) propõe complementar as explicações que o autor vai produzindo ao longo do seu discurso, com a audição de algumas das canções por ele abordadas, tornando mais claro aquilo que está por detrás das letras dessas canções, o seu significado, os seus objectivos e a sua importância no panorama da obra do cantor.
BIOGRAFIA:
Nos anos de 1970 a 1973, Octávio Augusto Fonseca Silva fez crítica musical nas publicações A Memória do Elefante e Mundo da Canção. De 1987 a 1992, realizou programas radiofónicos de divulgação e crítica, dedicados à música popular portuguesa, na Rádio Cultural de Ermesinde, na Rádio Clube do Porto, na Rádio Nova e na Rádio Press. Desde Dezembro de 2006, realiza o programa Os Cantos da Casa. De 1980 a 1990, estudou guitarra com os professores José Pina, Paulo Peres e José Manuel Fortuna. A partir de 1982 fez parte de diversos agrupamentos de música popular portuguesa, de que se destaca a colaboração com João Lóio no espetáculo Mais um dia. Publicou os livros, Carlos Paredes: a guitarra de um povo (2000) e José Mário Branco: o canto da inquietação (2000). Em coautoria com Guilhermino Monteiro, João Lóio e José Mário Branco, publicou o livro José Afonso: Todas as canções (2010), com a transcrição para partitura da obra de José Afonso. A partir de 2017 realizou em diversas cidades do país (Porto, Lisboa, Setúbal, Aveiro) conferências intituladas “Ler e ouvir José Afonso”.
Filipa Pais, ainda muito jovem, aparece a cantar no tema "Queda do Império" de Vitorino Salomé. Trabalha com os irmãos Salomé no projeto Lua Extravagante, que lançam em disco no ano de 1991. Em 1996 lança o seu primeiro disco a solo: "L'Amar". Colabora com António Chaínho no tema "Fado da distância" e em "Fado da adiça" incluído na compilação "Onda Sonora: redHot + Lisbon". Em 2002 participa na peça "Alma Grande" do grupo de teatro "O Bando" estreada no dia 25 de Maio durante o Festival Cantigas de Maio. O seu segundo álbum, "À Porta do Mundo", é editado em 2003. No ano seguinte grava o álbum "Estrela" com José Peixoto. Em 2005 é lançado o disco "Cantos na Maré" gravado ao vivo em 16 de agosto de 2003 em Pontevedra com Chico César (Brasil), Uxía (Galiza), Filipa Pais (Portugal), Manecas Costa (Guinné Bissau), XabierDíaz (Galiza), JonLuz (Cabo Verde), Astra Harris (Moçambique) e Batuko Tabanka (Galiza-Cabo Verde). Ainda em 2010 colabora com Vitorino Salomé e com Francisco Ribeiro e Desiderata. A junção do bem. Com Janita Salomé, Rita Lobo e Yamigrava os discos "Muxima" e "Muxima ao vivo" de homenagem à obra do Duo Ouro Negro. Participa no espetáculo "Memorial" com Carlos Mendes e Fernando Tordo. Em 2019 e 2020 foi uma das principais vozes do projeto musical “Por Terras do Zeca” que circulou com enorme sucesso pelo país.
José Moz Carrapa foi guitarrista de grupos como "Cid, Scarpa, Carrapa & Nabo", "Circo da Vida" e "Sexo dos Anjos". Fez parte dos Salada de Frutas. Mais tarde esteve nos Ala dos Namorados e "Ficções". Enquanto produtor residente da Valentim de Carvalho foi coprodutor dos discos “Anjo da Guarda” de António Variações, “Guardador de Margens” de Rui Veloso e “Atravessando Rios” de José Mucavele. Como produtor independente produziu o disco “Projeto Project” dos Ena Pá 2000. Produziu ainda os discos “O Barco Voador” e “Zanzibar” de João Afonso. Participou como guitarrista em discos de Amélia Muge, António Variações, Banda do Casaco, Djurumani, Dulce Pontes, João Afonso, Jorge Palma, José Mucavele, Júlio Pereira, Mísia, Rui Veloso, Sérgio Godinho, entre outros. Participou nos discos coletivos "Voz & Guitarra" (1997), "Voz e Guitarra - vol 2" (2013) e “Cantigas de Amigos”. Colaborou ao vivo em concertos de nomes como Amélia Muge, João Afonso, Jorge Palma, Shila, Júlio Pereira, Minela Medeiros, Rui Veloso, Sérgio Godinho e Uxia. Compôs a música das minisséries “A Morgadinha dos Canaviais” (Júlio Dinis) e “O Mandarim” (Eça de Queiroz), realizadas para a RTP por Ferrão Katzenstein. Fez também música incidental para as versões portuguesas da Rua Sésamo e das Produções Walt Disney. Fez música para várias peças de teatro infantil encenadas pelo TIL (Teatro Infantil de Lisboa), da Casa da Comédia e de comédias escritas por Fernando Gomes (autor, ator, encenador). Colaborou no trabalho a solo de Tim, tendo participado na gravação dos CDs "Braço de Prata", "Companheiros de aventuras" e no CD-DVD "Ao Vivo N'o Sol Da Caparica" e nos concertos "ao vivo".
Estacionamento gratuito - O Centro Cultural de Lagos e a Biblioteca Municipal de Lagos oferecem estacionamento gratuito nos parques da Frente Ribeirinha (Avenida dos Descobrimentos) e Anel Verde para o público dos seus espetáculos/eventos. Para o referido desconto basta que o utente apresente, na receção dos parques, carimbo obtido na bilheteira do Centro Cultural de Lagos ou entrada da Biblioteca Municipal de Lagos. A oferta diz apenas respeito a uma hora antes e até uma hora depois de cada espetáculo/evento.